Como gerenciar o orçamento de uma pequena empresa em tempos de crise
publicado por Terra Empresas
6min leitura
13 de junho de 2022
Quando a crise financeira aperta, não é incomum que bata um certo desespero, principalmente no pequeno empreendedor. A sensação de não possuir reservas para atravessar o período mais duro da crise faz com que muita gente perca o sono e consequentemente tome decisões que nem sempre são as mais adequadas para o momento.
Lidar com o orçamento de uma empresa durante um período de crise exige habilidades que vão além dos números. É preciso muito planejamento e equilíbrio emocional para lidar com a situação.
De um lado é preciso equilibrar os gastos e os investimentos, do outro, é necessária atenção para tomar as melhores decisões para que o seu negócio prospere.
Aqui, vamos listar algumas medidas que podem ser tomadas para que haja um alívio no caixa durante a crise. São medidas que muitas vezes são automatizadas no processo, mas se vistas com mais atenção podem ser decisivas para fortalecer o negócio em tempos difíceis.
1) Planejamento
Nesse cenário, não há medida mais importante do que planejar o seu negócio. Nele, é preciso pensar na empresa de ponta a ponta. Da venda até a entrega. Um ponto importante que precisa ser levado em conta é o estoque. Muita mercadoria e pouca venda podem representar sérios prejuízos. Por outro lado, efetuar uma venda com o produto indisponível pode ser desastroso para o negócio. Um bom planejamento pode representar um alívio no caixa. Faz com que apareça justamente aquele dinheiro que está faltando e que parecia impossível neste momento.
2) Custos internos
Nos pequenos negócios, qualquer custo, por menor que seja, pode fazer uma diferença considerável no resultado final. A lupa deve ser colocada sobre os custos que não resultem em ganhos. Isso vale para o desperdício de matéria-prima, mas também gastos que possam ser considerados supérfluos. Na hora do aperto, uma avaliação bem feita pode ser um bom diferencial. Para atingir essa meta, a negociação é um ponto chave. E isso vale para todos os processos da empresa. Em um momento de crise, vale conversar com fornecedores, parceiros, clientes e os agentes financeiros. Entre as medidas a serem tomadas vale tentar reduzir o valor do aluguel, alongar prazos dos financiamentos vigentes e até os de entrega aos clientes.
3) Custos financeiros
Hoje há uma infinidade de instituições financeiras prontas para oferecer crédito para a sua empresa. Nesse setor, uma decisão mal tomada também pode comprometer as finanças do seu negócio. É preciso muita atenção em relação às condições de pagamentos de empréstimos e às taxas de juros contratadas, pois isso pode gerar um efeito bola de neve. Antes de contratar é preciso muita pesquisa e, se possível, ajuda de um especialista no assunto. A ideia, se a decisão for essa, é a de que o empreendedor só deva tomar empréstimo para capital de giro. Ainda assim, quando tiver alguma certeza de que o negócio será retomado. Neste momento, há disponíveis linhas de crédito para pagamentos de funcionários e fluxo de caixa em condições especiais para as micro e pequenas empresas. Mas esse dinheiro só deve ser usado para essas situações. Nunca para outras ações, como aquisição de maquinários e equipamentos, por exemplo.
4) Fundo de reserva
Se o seu negócio já possui um fundo de reserva, ele vai fazer com que você passe os momentos de crise de maneira mais amena. Mas se não tem, talvez esta seja a hora de começar a fazer um, já que as crises, apesar de passageiras, podem demorar mais tempo do que o esperado. Para começar, uma dica é utilizar justamente o dinheiro economizado em negociações e cortes de despesas. No futuro ele poderá ser utilizado para o pagamento de indenizações trabalhistas ou despesas extras, que sempre estão sujeitos a aparecer em um pequeno negócio.
5) Colaboradores
Com a queda no faturamento, o corte de pessoal muitas vezes parece inevitável, mas nem sempre precisa ser a primeira alternativa. As situações de crise são passageiras e é preciso estar bem posicionado quando a economia começar a dar os primeiros passos de recuperação. Com a crise do coronavírus, existem outras saídas, como a interrupção do contrato de trabalho, que está autorizada por uma Medida Provisória, a concessão de férias coletivas, o teletrabalho e a antecipação das férias. Outro recurso é a redução da jornada e do salário, também autorizada, desde que em comum acordo com o colaborador. Vale lembrar que a demissão sem justa causa é aquela que traz maiores custos para o empregador.
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